À busca das profissões! #1: Cravista, por Sofia Cascalho
Olá! Hoje começamos uma série de textos sobre profissões. Começamos com a profissão de Cravista pela mão da oradora convidada, Sofia Cascalho, professora na Academia de Música de Almada e Cravista. Em nome de mim e do meu tio, obrigado!
Sou cravista. Mas não gosto de dizer que sou cravista.
Uma vez disse-o a um rapazola, que esbugalhou os olhos e retorquiu: “O quê, passa a vida a cravar?”. Acho que vislumbrou ali uma profissão de sonho.
Cravar é o que faz a minha vizinha Margarida, ela própria o diz: “Venho cravar-lhe duas cebolas.” Às vezes também eu lhe cravo qualquer coisa. Enfim, coisas de vizinhas.
O meu instrumento é o cravo. Mas porque diabo se chama ele cravo, se em todos os países de ascendência latina ele é clavo? Clave, clavecin, clavicembalo, cembalo...
É porque houve um maroto de um copista que um dia, ao copiar um livro de teoria musical, substituiu o “l” pelo “r”. Pensou certamente: “Cravo é muito mais giro do que clavo.” Devia ser um monge que gostava de flores...
É uma convicção, uma ideia minha. Não tenho provas. Espero que os musicólogos não me venham chatear com esta heresia... Hugo, haverá musicólogos a seguir o teu blogue?
Lisboa, 7 de fevereiro 2021
Sofia Cascalho
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